sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma Casinha Se Faz Favor.

E ao terceiro dia as coisas ainda nao estao compostas. Oslo acarreta uma dificuldade quase biblica em arranjar um quartinho, um pequeno e insignificante poiso para pouco mais que pernoitar e proporcionar aos neuronios um merecido repouso no final do dia. Mas, inesperadamente, apos tres dias de intensa procura, a verdade e que je me custa falar com irredutiveis noruegueses que exigem nada menos do que um ano de permanencia nos seus lares.
Hoje (so hoje) tenho mais de dez contactos em cima da mesa e ja deitei fora outros tantos. Para nao falar no dia de ontem e de anteontem. E pronto, pobre do portuguesinho que vem para ca! Mais facil seria arranjar um quarto na Lua.

P.S.: A falta de acentos sera uma constante a partir de agora. O meu teclado tem o alfabeto cirilico mas nao tem acentos, tao necessarios para escrever em portugues.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

De Partida.


O autor deste blogue é, pode-se assim dizer, um homem com sorte. Momentânea ou não, este intermitente escriba vai mergulhar, daqui por não muito mais de 24 curtas horas, em mais uma aventura da sua vida. Quis o destino - essa palavra de que tanto gostamos - que Oslo fosse a cidade que, durante as próximas 12 semanas, me acolhesse. Mesmo desconhecendo as características da hospitalidade norueguesa, conto em ser bem recebido. Perante a incógnita, só tenho a garantir o melhor de mim, a minha abertura de espírito e, sobretudo, a infindável vontade de aprender. Se assim não fosse, a calma do lar e a pacatez da nossa querida cidade seriam uma resposta bastante mais apropriada.
Todavia, não sou assim. Cresci com a ânsia de conhecer o mundo, fascinado pela sua diferença, pela riqueza das suas múltiplas culturas e hábitos de vida. É uma coisa de puto, que sempre senti, talvez banal; mas nem por isso menos pessoal. É com satisfação que parto, ávido por uma nova integração num ambiente distinto, ciente de que sempre que saímos além-fronteiras levamos connosco o sítio de onde vimos, e dele somos e seremos sempre seus representantes.

A partir de 22 de Setembro, este blogue será actualizado tanto quanto possível a partir de Oslo, Noruega.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fly Farm Blues (2009).

Depois dos recém-formados Dead Weather, eis que Jack White volta a surpreender. Fly Farm Blues marca a estreia a solo deste autêntico "midas" da guitarra. Mais uma cartada genuinamente arrebatadora, com cheirinho a Nashville. White prova mais uma vez que, para além da sua génese camaleónica, é um artista com uma capacidade criativa invejável e mostra que é, sem qualquer dúvida, um autêntico predestinado. Já não se fazem muitos como ele.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Evento Efeito Borboleta.


TÚnel'09
"EB, a célula mutante"
Efeito Borboleta é a célula cultural que reproduz a comunicação, muta os virus e amplia a propagação. 12 de Setembro marca o início da infecção. O coração bate e o sangue flui através do seu principal canal de transmissão: TÚNEL.

Elevado risco de contágio de 5 diferentes tipos de vírus: Música/Imagem/Tecnologia/Pessoas/ConhecimentoE tu, contaminas (-te)?

http://www.myspace.com/efeitoborboleta
http://www.myspace.com/ridept
http://www.myspace.com/djovelhanegra
http://www.myspace.com/djsparkdf
http://www.myspace.com/lawfirmdnb
http://www.myspace.com/simulatedsystems

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Inglorious Basterds.


O muito aguardado regresso do aclamado realizador norte-americano fez-se pela porta pequena. Tarantino, esforçadamente, chama a si as ferramentas que tantos sucessos lhe deram, para desta feita se resumirem a um ou outro pico de adrenalina, a uma ou outra tirada, a um ou outro momento mais bem conseguido.
Inglorious Basterds não é um filme sobre os "Basterds". Ao contrário dos seus anteriores registos, as personagens participam pouco no filme, com a excepão total do Coronel Hans Landa - magnificamente interpretado por Cristoph Waltz. Pitt tenta fazer de Lee Marvin, mas não consegue. Eli Roth não foi feito para fazer de mau, para não falar de Daniel Brühl, nada menos do que um clamoroso erro de casting. Shosanna (Mélanie Laurent) é, a par de Waltz, o melhor do filme; uma espécie de "Uma Thurmanzinha" em ebulição, com a desvantagem de a fazer lembrar e de ser impossível evitar comparações. O mesmo acontece com Pitt.
Basterds acaba por se perder nas influências a que vai beber e acaba, por isso mesmo, por ser um filme inconsequente. Não é fraco, mas é o pior Tarantino da carreira, pois é um filme sobre filmes. Faltam diálogos delirantes, faltam momentos em que sobressaia a banda sonora, e falta, acima de tudo, o seu típico humor. Cortar escalpes a nazis e dizimar altas patentes numa sala de cinema trancada é engraçado, mas não chega para mais de duas horas de Tarantino.
Apesar de ser um entretenimento garantido, Inglorious Basterds traz algo que desconhecia a um filme de Tarantino - não tem a arte e o engenho para ser fabulosamente surpreendente, que é precisamente a maior característica do realizador e aquilo que não lhe tem falhado em nenhum dos seus anteriores filmes. Mas em Basterds, até isso faltou.
Tarantino disse que Waltz veio salvar o seu filme. Salvou mesmo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

70 Anos da Segunda Guerra Mundial.

Há exactamente sete décadas, os exércitos alemães irrompiam pelas planícies da Polónia, dando início à maior catástrofe humanitária até hoje. Às 4h45 locais, o navio alemão Schleswig-Holstein começou a disparar contra a cidade livre de Danzig, ao mesmo tempo que a poderosa Wehrmacht dava início às suas operações pelo norte, centro e sul do país. A Polónia e o seu povo, conforme os anos anteriores faziam antever, tornavam-se na primeira vítima da guerra.
Aos acontecimentos do dia 1 seguiu-se uma heróica resistência polaca e duas declarações de guerra, a da França e a da Inglaterra. O resto é História, e vem nos livros. O que não vem nos livros, isso sim, são as marcas que o conflito deixou na memória dos povos que nela lutaram. Feridas profundas que o resto do século XX não sarou. O ódio e a intolerância perduram intactos não só na Europa, mas um pouco por todo o mundo.
Em tempos de depressão económica e social generalizada, torna-se necessário recordar este dia negro na História da Humanidade, o dia em que o Inferno desceu à Terra - para que um tal dia seja doravante evitado a todo o custo.

1 de Setembro de 1939.

Foi há 70 anos.