terça-feira, 25 de maio de 2010

Os Não Alinhados.

É este o nome da nova aventura pela blogosfera a que me proponho. Uma aventura colectiva, pensada e construída com amigos de longa data. A formação comum na área da Ciência Política e das Relações Internacionais serve de leitmotiv para o blogue mas não só: o Não Alinhados não se cingirá exclusivamente a esse domínio do saber, antes versará sobre os interesses pessoais de cada um dos seus escribas, incluindo as áreas do Marketing, da Economia e da Gestão.
A palavra de ordem do blogue é liberdade, pois acreditamos que só assim faz sentido. Procuraremos ser oportunos nos comentários, nas análises, na expressão de opiniões sobre o que vai acontecendo em Portugal e no Mundo, para o bem e para o mal - e, porque não, na partilha de algumas experiências pessoais que julguemos de interesse para quem nos visite.
Quanto ao meu querido Escrito na Pedra, já andava sonolento e vai agora entrar em hibernação. Convido todos os leitores deste blogue a visitarem o novo sítio deste escriba na Internet, um sítio que se espera mais dinâmico e funcional, em prol da boa discussão de ideias, mais motivante tanto para leitores como para quem escreve.
Vemo-nos aqui. Até já.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Single Man.


Uma estreia auspiciosa. É o mínimo que se pode dizer da que Tom Ford teve atrás das câmaras, na adaptação de A Single Man, romance homónimo de Christopher Isherwood, uma história passada no ano politicamente quente de 1962. O reverenciado estilista norte-americano rubrica uma obra de fazer cair o queixo, onde nada parece falhar. Todo o filme é uniforme, uma sinfonia de sentimentos que vem cobrar ao espectador a desfaçatez de, num laivo de preconceito, alguma vez ter duvidado do talento de alguém que desenha roupas. Não se duvide pois, já que A Single Man é um daqueles filmes que nos surpreendem não só pelo nome de quem realiza, mas por uma conjugação simbiótica de dois actores soberbos, Colin Firth e Julianne Moore. Se Firth, na pele de um professor universitário homossexual que perde o amor de uma vida até aí perfeita, enche completamente o ecrã; Moore aparece fulgurantemente como a sua cara-metade, alguém com quem partilha um passado comum, embora um pouco menos tortuoso.
O grande mérito de Ford (que surpresa mais uma vez!) reside na captação perfeita do tormento de George Falconer (Colin Firth), e da fragilidade e permeabilidade do seu estado de alma ao longo daquele que será o seu último dia de vida. O jogo de cores que Ford faz trespassar para fora do ecrã tem uma força tremenda, e realça ainda mais a já de si espantosa interpretação de Firth. Ford consegue também, e o filme não o esconde, transportar os seus dotes de profissional da moda para a tela, num trabalho meticuloso de design, notoriamente assente numa produção de época imaculada. Os ambientes, as interpretações e, não esquecendo, a glamorosa banda sonora, conferem ao filme um poder hipnotizante sobre o espectador, cedo rendido à sua beleza.
Tremendamente emocional, A Single Man faz a apologia dos mais profundos sentimentos humanos, a dor, a perda, o vazio, o amor; alcançando essa quase inenarrável proeza de acometer na mesma obra uma realização tão pessoal e tão viva, conjuntamente com uma estética carregada de charme e de significado combinação que só poderia resultar num filme simplesmente...arrebatador.