O muito aguardado regresso do aclamado realizador norte-americano fez-se pela porta pequena. Tarantino, esforçadamente, chama a si as ferramentas que tantos sucessos lhe deram, para desta feita se resumirem a um ou outro pico de adrenalina, a uma ou outra tirada, a um ou outro momento mais bem conseguido.
Inglorious Basterds não é um filme sobre os "Basterds". Ao contrário dos seus anteriores registos, as personagens participam pouco no filme, com a excepão total do Coronel Hans Landa - magnificamente interpretado por Cristoph Waltz. Pitt tenta fazer de Lee Marvin, mas não consegue. Eli Roth não foi feito para fazer de mau, para não falar de Daniel Brühl, nada menos do que um clamoroso erro de casting. Shosanna (Mélanie Laurent) é, a par de Waltz, o melhor do filme; uma espécie de "Uma Thurmanzinha" em ebulição, com a desvantagem de a fazer lembrar e de ser impossível evitar comparações. O mesmo acontece com Pitt.
Basterds acaba por se perder nas influências a que vai beber e acaba, por isso mesmo, por ser um filme inconsequente. Não é fraco, mas é o pior Tarantino da carreira, pois é um filme sobre filmes. Faltam diálogos delirantes, faltam momentos em que sobressaia a banda sonora, e falta, acima de tudo, o seu típico humor. Cortar escalpes a nazis e dizimar altas patentes numa sala de cinema trancada é engraçado, mas não chega para mais de duas horas de Tarantino.
Apesar de ser um entretenimento garantido, Inglorious Basterds traz algo que desconhecia a um filme de Tarantino - não tem a arte e o engenho para ser fabulosamente surpreendente, que é precisamente a maior característica do realizador e aquilo que não lhe tem falhado em nenhum dos seus anteriores filmes. Mas em Basterds, até isso faltou.
Tarantino disse que Waltz veio salvar o seu filme. Salvou mesmo.
Inglorious Basterds não é um filme sobre os "Basterds". Ao contrário dos seus anteriores registos, as personagens participam pouco no filme, com a excepão total do Coronel Hans Landa - magnificamente interpretado por Cristoph Waltz. Pitt tenta fazer de Lee Marvin, mas não consegue. Eli Roth não foi feito para fazer de mau, para não falar de Daniel Brühl, nada menos do que um clamoroso erro de casting. Shosanna (Mélanie Laurent) é, a par de Waltz, o melhor do filme; uma espécie de "Uma Thurmanzinha" em ebulição, com a desvantagem de a fazer lembrar e de ser impossível evitar comparações. O mesmo acontece com Pitt.
Basterds acaba por se perder nas influências a que vai beber e acaba, por isso mesmo, por ser um filme inconsequente. Não é fraco, mas é o pior Tarantino da carreira, pois é um filme sobre filmes. Faltam diálogos delirantes, faltam momentos em que sobressaia a banda sonora, e falta, acima de tudo, o seu típico humor. Cortar escalpes a nazis e dizimar altas patentes numa sala de cinema trancada é engraçado, mas não chega para mais de duas horas de Tarantino.
Apesar de ser um entretenimento garantido, Inglorious Basterds traz algo que desconhecia a um filme de Tarantino - não tem a arte e o engenho para ser fabulosamente surpreendente, que é precisamente a maior característica do realizador e aquilo que não lhe tem falhado em nenhum dos seus anteriores filmes. Mas em Basterds, até isso faltou.
Tarantino disse que Waltz veio salvar o seu filme. Salvou mesmo.
2 comentários:
Como já deves ter visto no meu blog não concordo mesmo nada com a tua análise. Aliás, gosto do filme particularmente pelos motivos que tu não gostas. Acho que o facto de ser um filme sobre o cinema lhe dá uma beleza quase poética que transcende o que habitualmente esperamos de uma obra de Tarantino.
A "aniquilação" das personagens que muito bem apontas parece-me propositada. O herói do filme é o cinema. De algum modo a existência de um herói colectivo pode ser vista como ideológica por parte de um Tarantino cada vez mais francês/europeu e menos americano.
Mas no meio dessa aniquilação há duas personagens muito bem escritas, que são o coração do filme. Landa e Shosanna.
Quanto aos diálogos, não os havendo delirantes, há duas sequências que eu acho particularmente boas e reveladoras da linha que Tarantino quis dar do filme. A sequência inicial (que é uma das mais brilhantes da carreira dele, em minha opinião) é um rendilhado brilhante sempre em crescendo.
E a cena no bar. É tão longa e tão trabalhada e depois acaba num ápice com um espasmo de violência que é demasiado óbvio para não ser propositado.
PS: Eu gostei do Bruhl e não acho a menina nada parecida com a Uma.
Tarantino pode ter tentado mudar o estilo do seu cinema neste último registo. Mas essa não era a percepção que eu tinha de Inglourious Basterds. Estava à espera de algo completamente louco bem ao seu estilo, e se bem me lembro só me ri desalmadamente por uma vez durante tanto tempo de filme.
As duas cenas que destacas também gostei claro, pois são marcadamente "tarantinescas". Se o filme tivesse mais momentos desses, a minha opinião seria melhor. Mas para mim foi muito pouco.
E repara que o "coração" do filme acaba por ser duas personagem que não os Basterds propriamente ditos. E são-no de facto, sem dúvida - especialmente Waltz.
Foi como se Tarantino se auto-limitasse neste filme; como se quisesse transmitir algo mais e tivesse ficado a meio caminho.
Enfim, eu levava expectativas altíssimas e talvez isso tenha pesado na apreciação que fiz. O filme não me surpreendeu nem me fez delirar como os anteriores me fizeram, e isso desiludiu-me pois era disso que estava à espera.
Enviar um comentário