O modo como são tomadas as decisões políticas ao mais alto nível na União Europeia conta com pouca influência da produção intelectual e científica dos think-tanks europeus. Esta é muito provavelmente uma das maiores carências que afecta a qualidade das mesmas. Por toda a Europa, aquilo que é proposto ou problematizado por um centro de investigação dedicado à área científica das Relações Internacionais e dos Estudos Europeus é amiúde ignorado ou colocado numa gaveta onde permanece por tempo infinito. Isto, claro, se é que alguma vez chega a ser objecto de atenção por parte das entidades oficiais a quem, em última instância, se deveriam supostamente dirigir.
Vêm estas palavras a propósito de um muito oportuno artigo de James Rogers no Ideas on Europe. Ao contrário dos EUA, país onde os think-tanks gozam de influência junto dos policy-makers, na Europa o seu papel é sistematicamente secundarizado. Quem perde é somente a própria União Europeia, a tal entidade sui generis que acertará tanto mais nas suas políticas estratégicas quanto mais escutar e incorporar nas suas decisões a sabedoria e a experiência dos membros deste tipo de organismos. Ainda assim, existe na União Europeia uma tendência marcadamente positiva a este respeito, o que é louvável e de saudar.
Em Portugal, mais concretamente, o melhor será mesmo nem tecer grandes considerações, uma vez que tal prática é praticamente inexistente. Aqui também, muito caminho para percorrer, e por certo muita mentalidade bafienta para mudar.
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