É esta a conclusão de um relatório da Freedom House, a ser publicado na íntegra na próxima Primavera, que dá conta de um regressão da liberdade no mundo. O assunto é tema central de um interessante artigo do The Economist, incluído na edição deste mês do Courrier Internacional.
Altamente aconselhável, o artigo reflecte sobre o estado da liberdade e da democracia liberal no mundo, que durante os últimos anos não tem conhecido evoluções positivas. Há mais estados recentemente entrados no lote dos "não livres" do que aqueles que fizeram o caminho inverso. A realidade, pura e dura, é um sinal claro de que a comunidade dos países livres, bem como as organizações políticas e económicas internacionais não têm tido sucesso na promoção da democracia, dos respeito pelos direitos humanos, e da liberdade económica um pouco por todo o mundo - valores que não sendo os mesmos geralmente aparecem associados.
É tão importante apurar as causas desta regressão como repensar o tipo de política e de envolvimento em zonas do mundo "não livres" seguido pelo mundo democrático, e com poder para o fazer. A reflexão, oportuna, levada a cabo pelo artigo presta atenção tanto a um ponto como a outro.
A maior causa para a regressão da democracia no mundo parece ser o descrédito da ideia de que um sistema político pode exportado por via das armas, aliado à evoluções registadas no sistema internacional como a ascensão de potências como a Rússia e a China: se, por um lado, Moscovo tem constituído um sério entrave à promoção do soft power europeu, Pequim tem feito provar que liberdade económica é compatível com um sistema política autocrático.
As democracias terão pois desafios difíceis e complexos pela frente, pois terão de provar continuamente que um sistema político democrático e respeitador dos direitos humanos é o sistema que melhor assegura a riqueza, a prosperidade económica, a segurança e a justiça no seio das sociedades. Felizmente, continua a ser verdade que os sistemas autoritários são mais passíveis de instabilidade do que as democracias; e que um clima de liberdade e o pensamento livre, plural e independente oferecem melhores condições para um desenvolvimento económico sustentado do que a alternativa autoritária. Em suma, e conforme remata o artigo, "a democracia não prevalecerá se os seus defensores não governarem bem."
Sem comentários:
Enviar um comentário