sexta-feira, 2 de abril de 2010

Valleys of Neptune.


Muita curiosidade e o caso não era para menos. Valleys of Neptune, contendo uma dose considerável de inéditos e de novas versões não editadas de Jimi Hendrix de 1969, tinha data marcada nos escaparates para 2010, o que desde logo fazia dele um dos álbuns mais aguardados do ano.
Muitos poderão dizer que é mais do mesmo, que Valleys não acrescenta nada de novo à típica sonoridade Hendrix. Da minha parte, pergunto que mal isso tem. O maior prazer retirado de Valleys é precisamente o de constatar vezes sem conta e repetidamente o génio de Hendrix, o seu talento inacreditável, como se a guitarra fosse uma extensão natural do seu corpo. Não pode haver qualquer tipo de desilusão ou desprazer em (re)descobrir uma vez mais o seu incomensurável talento, o seu génio puro, alguém que fez com a guitarra o mesmo que Picasso fez com o pincel, ou Shakespeare com as palavras. Falamos de artistas únicos, cujo dom se confunde ao longo dos tempos com a arte que dominam.
Hendrix é dos poucos predestinados do firmamento artístico que nos fazem acreditar nas possibilidades infinitas da música enquanto processo criativo em evolução, e em constante reinvenção. Valleys é mais uma prova indesmentível disso mesmo. Imperdível.
Em baixo, Bleeding Heart:

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