domingo, 31 de maio de 2009

Paradoxos de Lisboa.


O Tratado pelo qual a diplomacia portuguesa tanto pugnou (e bem) é um documento importante para o reforçar da eficácia das políticas comunitárias e das políticas comuns. A União Europeia chama a si mais poderes, logo, mais responsabilidade. É um passo arriscado, para mais numa altura em que a maioria dos cidadãos dos 27 não atribui à UE os méritos pelo que corre bem, e não hesita em apontar-lhe o dedo quando quando algo vai mal.
A capacidade de resposta da UE às crises internas e externas sai fortalecida com o Tratado de Lisboa, não só pela simplificação dos métodos de tomada de decisões, como pelo papel mais proeminente que é atribuído ao cidadão europeu. A UE está no caminho certo ao procurar trabalhar para o cidadão; é uma aposta correcta e urgente, e só dessa forma se poderá fortalecer. Mas é preciso que não se esqueça que ao dotar-se de mais responsabilidades, a UE terá de saber dar respostas à altura dos problemas que, no mundo complexo e interdependente em que vivemos, serão de tudo menos de fácil resolução. Será bom que a UE consiga dar essas respostas, sob pena de um rude golpe no projecto europeu.
Mas a prossecução do objectivo de maior coerência e eficácia parece não se coadunar com uma série de disposições que confere aos Estados-membros um poder mais assertivo e até aqui não tão clarividente. A clarificação da divisão de competências é um bom princípio. Mas não deixa de ser o reforçar do carácter paradoxal da UE, já de si marcado indelevelmente por uma tónica confusa e de difícil apreensão - situada algures entre uma intergovernamentalidade real mas limitada, e uma supranacionalidade também ela real, mas em muitos sentidos imperfeita.
Aspectos como a concessão de personalidade jurídica à UE e a eliminação do terceiro pilar passam a conviver abertamente com uma delimitação mais explícita do poder do Estado, por mais subsidiariedade, e por um reforço do poder de fiscalização dos parlamentos nacionais. O carácter mesclado da integração, mesmo com as alterações previstas no Tratado, é já histórico e parece não ter abandonado o processo. Mas talvez só assim a UE saiba funcionar.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mais Vitória.


Começa a ser altura de o Vitória assumir uma postura diferente. Tendo em conta a quantidade alarmante de detractores do clube seja na comunicação social, seja no universo futebolístico português em geral, é altura de o Vitória pôr de lado a postura de bom samaritano que as várias direcções têm demonstrado. Como sócio pagante, eu quero ver o meu clube a dar murros na mesa, quero ver o seu presidente a espernear, a berrar, a vir à televisão mal sinta que o clube está - por qualquer motivo - a ser ignorado, a ser de alguma forma diminuído.
O Vitória tem de perder o medo. O mal deste clube é estar há já alguns anos numa crise de identidade da qual ainda não sabe como sair. Ainda não sabemos se somos grandes, ainda não sabemos se somos pequenos, às vezes parecemos acordados, para logo a seguir voltarmos a cair no mesmo limbo de sempre. Afinal, o que é o Vitória? Quer ter dimensão regional, não quer ter? Quer afirmar-se como um clube modelo nalgum aspecto em particular? E a nossa formação, para quando uma aposta assertiva e regular? Qual é o medo? Eu quero ver jogadores que saiam a pingar do campo, quero gente que sinta o emblema. Se um jogador tiver de falhar, que seja alguém a quem a quem o Vitória lhe diz algo. Eu quero ver o bom trabalho da formação no plantel principal. Gaste-se dinheiro no que é preciso.
Não basta acharmos que somos diferentes. Temos de nos fazer notar. O clube não pode andar a brincar às alianças como este e com aquele. O Vitória não pode ter medo de assumir a sua grandeza. Nenhuma direcção pode obstaculizar passos importantes para a afirmação definitiva da grandeza do clube. O Vitória tem de deixar de assinar "protocóis" com clubes que disputem o mesmo campeonato. Mas "protocóis" a título de quê? Tem de ser independente, tem de fazer sentir que é grande o suficiente e que não precisa de ninguém. E, acima de tudo, tem de se fazer ouvir. Tem de dizer bem alto o que deve ser dito, no momento em que deve ser dito. Tem de ser firme. Chega de masoquismo, chega de passividade diplomática saloia. Acabemos com a pequenez na mentalidade, porque de pequenos só temos isso mesmo, a mentalidade.
P.S.: A mentalidade e a sala de troféus. Mas não derivará uma coisa da outra?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Tarantino a Perder Fulgor?


Já estava ansioso por Inglourious Basterds desde o dia em que se soube que ia ser feito. Mas disto não estava mesmo nada à espera. A incursão de Tarantino pelo tema da II Guerra Mundial, junção que só de si faz crescer água na boca, pode ser (repito: pode ser) um tremendo fiasco. Se é verdade que não devemos acreditar em tudo o que nos dizem, também não é menos verdade que alguma coisa deve certamente haver naquele filme para que a crítica não seja minimamente consensual. Não digo que a crítica devesse unanimemente aclamar Inglourious Basterds, mas uma coisa é dizer que o filme não excedeu todas as expectativas de um filme de Tarantino, outra um pouco diferente é alguns críticos terem desancado no filme como se não houvesse amanhã. O senhor do Guardian estava especialmente inspirado: The expression on my face in the auditorium as the lights finally went up was like that of the first-night's audience at Springtime for Hitler. Except that there is no one from Dusseldorf called Rolf to cheer us up.
Não que os críticos saibam tudo, não que a sua palavra possua resquícios divinos, mas o desacordo face a Inglourious Basterds vem, mesmo que não se admita à boca cheia, pôr alguns a pensar se será mesmo possível que Tarantino tenha (pela primeira vez na sua carreira) posto o pé na poça.
Gosto de pensar que a ovação de 11 minutos a que o filme teve direito após a exibição em Cannes (o tal momento em que o senhor do Guardian deve ter tapado os ouvidos) seja justificada. Mas não posso deixar de estar como aquela expressão: Yo no creo en brujas pero que las hay... las hay.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

The Cleveland Show!

Mais uma fantástica sub-incursão pelas personagens de Family Guy, a única série animada actualmente em exibição capaz de num futuro incognitamente distante igualar Os Simpsons. Depois de uma longa-metragem sobre Stewie Griffin e mais umas gracinhas entretanto, eis que a Fox decide apostar na exploração a fundo do mais pachorrento afro-americano de sempre, Cleveland. Nova família, novos personagens, gáudio renovado. Seth McFarlane e companhia parecem empenhadíssimos em tornar Clevelend ainda mais delirante do que o que já é. Por adorar a personagem e os seus tiques (ou falta deles), partilho da expressão (mas não da indignação) do bebé mais diabólico do mundo: What the hell? He's gettin' his own show??
Uau.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

João Bénard da Costa (1935-2009).

Hoje, quem gosta de cinema (e de cultura em geral) em Portugal acordou triste. Morreu João Bénard da Costa, a maior cabeça pensante da sétima arte que este país já teve. Não só pelo seu saber enciclopédico, mas pelos caminhos que trilhou e fez o cinema trilhar em Portugal, merece uma mais que justa homenagem na hora do adeus. Além do mais, foi alguém inegavelmente dedicado à causa pública, e por isso um exemplo a reter para os dias que correm.
Saiba dar-se continuidade à sua visão e ao seu trabalho pela propagação da beleza do cinema e da cultura, num país ainda tão precisado dela.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Um Homem de Sorte.


Não deve haver homem com mais ódio aos americanos do que Tsutomu Yamaguchi, japonês de 93 anos e sobrevivente às duas(!) bombas atómicas lançadas sobre o Japão em Agosto de 1945. Yamaguchi, engenheiro, estava de serviço em Hiroxima no dia 6, dia em a primeira deflagração arrasou a cidade. No dia seguinte, com diversas queimaduras, seguiu para Nagasáqui por motivos de trabalho. Aí chegado no dia 8, qual presente de boas-vindas, levou com outra bomba em cima no dia 9.
É caso para odiar os americanos de morte, mas não. Depois da guerra, Yamaguchi trabalhou para as autoridades americanas. Para os japoneses o trabalho é sagrado, mas também não era preciso exagerar. Uma bomba atómica ainda passa, agora duas...
Resta-lhe a consolação de ter sido caso único e, finalmente, reconhecido como tal.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Política Matreira.

Não gosto dos cartazes do Partido Socialista para as eleições europeias. A política não costuma ser um jogo sério e leal, mas estes cartazes denotam uma falta de seriedade acima daquilo que considero razoável. Não que o PS não seja um partido que tenha apoiado o projecto europeu, mas daí a aproveitar tudo quanto é momento de integração europeia em seu exclusivo proveito vai uma distância muito grande. Cada vez mais se fala em falar verdade aos portugueses, e cada vez se transmitem mensagens erróneas e deturpadas.
Foi durante o primeiro governo de Cavaco Silva que foi assinado e entrou em vigor o Acto Único Europeu. Foi durante o terceiro governo de Cavaco Silva que foi assinado e entrou em vigor o Tratado de Maastricht, que foi somente o passo mais importante desde os Tratados fundadores. Cavaco foi também o principal impulsionador da caminhada de Portugal rumo ao Euro - moedinha que Guterres faz questão de ter entre os dedos, reclamando os louros. Foi também durante um governo do PSD que foi assinada a defunta Constituição Europeia, da qual o Tratado de Lisboa - que Sócrates tão galantemente assina no cartaz - é maioritariamente originário.
Sei que a rectidão e a honestidade não fazem parte da política, mas também não era preciso chamar parvos aos portugueses que, enfim coitadinhos, como não lêem livros, engolem qualquer coisa que venha num cartaz colorido.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Química.



Dois dos mais estilosos ladrões de que há memória fazem desta cena de Ocean's 11 uma das mais memoráveis do filme (e da trilogia). Esta cena é o supra-sumo da pinta em cinema. Rusty está preocupado, mas nem precisa de falar. Poucos actores jorram tanta "química" como Pitt e Clooney no ecrã. Tudo resulta melhor quando estes dois estão juntos. Nada a dizer, está tudo lá. O resto vem por acréscimo, mas nem por isso deixa de ser bom.
Química: s.f. Ciência que estuda a natureza e propriedade dos corpos simples, a acção molecular desses corpos uns sobre os outros e as combinações devidas a essa acção. Também.
Nova definição: Brad e George.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Alta Fidelidade (2000).



Não, não se trata do filme protagonizado por John Cusack e Jack Black a partir do romance homónimo de Nick Hornby (muito bom por sinal). Não. Trata-se de um dos melhores telefilmes que a SIC teve alguma vez a ideia de produzir - prática que entretanto abandonou não se sabe (pelo menos eu não sei) porquê. Parece, no entanto, que estão mais alguns aí na forja. Se tiverem uma qualidade parecida com este, venham eles.
Alta Fidelidade, realizado a partir de um argumento de Rodrigo Guedes de Carvalho, foi dos objectos cinematográficos que até hoje mais me fizeram vibrar. Uma daquelas histórias que uma vez gravada nos neurónios, nunca mais sai. Alta Fidelidade seria um filme de culto à escala universal se tivesse sido produzido por um qualquer endinheirado estúdio, e se eventualmente se desse o caso de ter chegado ao público pela mão de um...assim de cabeça, Ritchie, Tarantino, Rodriguez, Frears ou um qualquer outro que imaginaríamos a pegar em algo assim. Não foi, não o será quase de certeza, mas também não faz mal. Alta Fidelidade vale por si só conforme está, à moda portuguesinha é certo, e não deixa por isso de ser a prova provada de que com algum desprendimento e criatividade, se podem fazer coisas boas em Portugal.
Não encontro superlativos politicamente correctos para qualificar devidamente Alta Fidelidade, senão os que me ocorreriam numa qualquer conversa de rua. Por isso, não tenho outra solução senão rotular Alta Fidelidade de algo completamente marado dos cornos. Pronto já disse.
Apetite espevitado? Pois. Pena que não haja edição em DVD. Pena também pelo que sei seja difícil arranjá-lo, mesmo por meios menos...ortodoxos. Em suma, a SIC devia pensar seriamente em pôr esta pérola no mercado. Isso sim, valia mesmo a pena. Fica o repto.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Widow of a Living Man (1997).

Que Ben Harper é um músico brilhante, já o sabíamos. Que do seu talento jorra arte em doses abundantes também o sabíamos. Para a indefetível devoção ao norte-americano contribuiram canções como Steal my Kisses, The Woman in You, ou Amen Omen. Para não falar de versões como Sexual Healing ou Like a King.
Mas do repertório do norte-americano fazem parte jóias como esta, Widow of a Living Man. Aqui tocada ao vivo, provavelmente como saberá melhor, a canção faz parte de The Will to Live, o terceiro do artista, editado em 1997. Tendo por tema uma disfunção familiar, a canção é dramaticamente profunda, goteja esperança e incredulidade pela ruína de uma realidade que não compreende. É uma soberbamente ritmada ode à fé e a benevolência perante a rudeza da vida e deve ser, por isso mesmo, encarada como uma celebração.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Rapaz do Pijama às Riscas (2008).


O Rapaz do Pijama às Riscas, adaptado a partir da obra homónima de John Boyne, retrata o Holocausto de um ângulo muito particular. A psicologia do filme é dominada pelo bem pensante cérebro de uma criança de oito anos, sedenta de explorar novas sensações e realidades, pelas quais se possa ir construído. Até aqui nada de novo. Mas estamos na Alemanha nazi, em plena execução da "Solução Final para o Problema Judaico", o hediondo plano para erradicar o povo judeu da Europa. A abordagem ao problema não é, deste modo, a mais convencional, daí a riqueza do filme. Ainda nos falta conhecer as pessoas "normais" que estavam do outro lado da barricada, do outro lado que julgamos infame.
A história gira em volta de Bruno, filho de um oficial alemão de alta patente, entretanto nomeado para dirigir e supervisionar um campo de concentração. Levando a família atrás, o oficial (David Thewlis) patriarca dá-se gradualmente a conhecer, evidenciando uma vincada crença no ideal nazi e nos desígnios do seu regime. A desconstrução da personagem do oficial leva ao desmoronar dos seus alicerces familiares, abrindo rupturas no seio da família: a mãe (Vera Farmiga), chocada com a tarefa do seu marido, e a filha, cada vez mais seguidista. Quanto ao rapazinho, a personagem é constante, amiúde ternurenta. A sua inocência contrasta com a cruel realidade que o rodeia, trazendo à memória o pioneirismo nestes trilhos de A Vida é Bela.
Bruno conhece um rapazinho da sua idade, que vive do outro lado da cerca. Um como ele, diferente apenas por vestir um pijama sujo. Para Bruno, é tudo um jogo. Separados por uma cerca em que não podem tocar, a sofreguidão por brincadeira de Bruno leva-o por fim a um funesto destino, que o filme até aí não fazia antever, fazendo o espectador tombar perante a seca tragicidade do seu final.
Apesar de algumas limitações, O Rapaz do Pijama às Riscas não deve ser visto como o parente pobre de A Vida é Bela, e merece por isso um visionamento despegado e atento, tanto por via da abordagem que faz por reflectir, pelo contraste abrupto que estabelece entre a iniquidade dos adultos e a fantasiosa infância; como pela ideia de que as atrocidades do nazismo são falaciosamente conotadas com todo um povo. Nunca é demais, pois, recordar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um Delírio Chamado Snatch.

Recordo aqui uma das cenas mais hilariantes de um dos mais hilariantes filmes de sempre. Hilariante é dizer pouco, complicado é mesmo escolher dentre as doses maciças de puro delírio que Snatch - Porcos e Diamantes proporciona. O próprio filme é um delírio do princípio ao fim, puro deleite repleto de personagens que, sendo tudo e não sendo nada, são tão galhofeiramente indescritíveis. Snatch sabe ao mesmo que uma bola de Berlim cheia de creme a meio de uma tarde de praia. É delicioso. Snatch é de lamber os dedos, é uma guloseima servida em formato cinema. Esta é uma das cenas que melhor retrata o que o filme: Mickey (Pitt) fala um inglês imperceptível, revela o amor pela sua "ma", os dois compinchas mostram bem o que são (zee Germans incluído), para não falar da fabulosa perseguição do cão à lebre. If I loose, well...I don't even want to think about loosing. Mas aí é que está a piada: a lebre fugiu.


domingo, 3 de maio de 2009

The Privilege of Making the Wrong Choice (1998).


Fui convidado pelo autor deste blogue a escrever umas palavras sobre esta “defunta” banda e sobre este álbum em concreto. Mas vamos por partes.
Os ZEN foram um colectivo que surgiu na cidade do Porto em 1996, após a extinção dos No Creative Solution e dos Cosmic City Blues. Da primeira sairiam para integrar os ZEN o vocalista Rui Silva e o baixista Miguel Barros, enquanto que o guitarrista Jorge Coelho (que actualmente toca com os Mesa) e o baterista André Hollanda haviam sido membros dos Cosmic City Blues.
Em 1998 surge o álbum The Privilege of Making the Wrong Choice, que considero ser um tesouro perdido do rock nacional em particular e da música portuguesa no geral, isto a par de outros projectos nacionais que apesar de terem um culto à sua volta (o dos ZEN tinha bastantes “fiéis” até) acabaram por cair no esquecimento ou cessaram actividades. Como exemplo, posso apontar bandas como os Feed – que tocavam um funk/rock muito interessante e cujo vocalista milita hoje nos menos interessantes EZ Special; e os Zorg, um powertrio que não desiludiria nenhum fã de Placebo ou até mesmo de QOTSA.
Mas voltemos aos ZEN. Apenas conheci a banda nos meados de 1999, quando dois colegas de turma, repetentes e um pouco mais velhos, me questionaram sobre se gostava ou não da banda: “Curtes ZEN?”, perguntaram-me eles. A minha resposta, apesar de negativa, mudou para melhor os meus gostos musicais, tornando-me um fã incondicional até aos dias de hoje.
“Ouve aí, já que não conheces…” disse um dos rapazes enquanto me passava um leitor de cassetes (sim, sou desse tempo) com o já referido álbum. Após a primeira audição completa já sabia que tinha que o ter o quanto antes. Tinha ficado impressionado com faixas tão poderosas como Redog, U.N.L.O, a contagiante versão de Trouble Man, um tema de Marvin Gaye; e a música que para mim é um exemplo do que melhor se fez em Portugal no que diz respeito ao rock, 11.00 AM – uma verdadeira lição que muitas bandas actuais que só se preocupam com a imagem deveriam aprender.
É efectivamente uma pena que este álbum seja já um pequeno tesouro perdido, porque merecia um lugar nos quadros de honra da música nacional, visto ser um dos melhores ou até mesmo o melhor álbum dos últimos 20 anos em Portugal. Desculpem-me os fãs de Ornatos Violeta por esta afirmação, mas até vocês, bem lá no fundo, sabem que é verdade.
Despeço-me com uma pergunta: “E tu? Curtes ZEN?”

António Freitas