“You are only two years older than me, darling, where have you been all my life??” Foi desta forma que Christopher Plummer, do alto dos seus 82 anos, reagiu à entrega do Óscar de melhor actor secundário para gáudio da plateia, que lhe dedicaria um sentido e prestimoso (e merecido) aplauso. Plummer chega finalmente à almejada estatueta dourada, aquela que tantas vezes foge aos mais ilustres, pela sua prestação em Assim é o Amor, de Mike Mills, onde contracena com Ewan McGregor e a francesa Mélanie Laurent. É a consagração de um grande senhor do cinema.
Não fosse o prémio para este veterano actor, e talvez este fantástico filme passasse completamente ao lado do público português. Continua a ser lamentável que filmes assim não sejam alvo de uma maior e mais equitativa distribuição pelas salas de cinema portuguesas.
Plummer é Hal, pai de Oliver (Ewan McGregor), do qual nunca foi próximo. Viúvo, sente necessidade de revelar a Oliver a sua homossexualidade, reprimida ao longo de 44 anos de casamento. A confidência tem o inesperado efeito de aproximar pai e filho, e serve de mote para que Oliver encete uma viagem interior de auto-descoberta que o vai levar a quebrar barreiras e a redefinir o é para si o amor.
Beginners – título original que alude às novas experiências em torno do amor que aguardam os personagens – destaca-se, acima de tudo, pela sua enorme honestidade. É um filme sem subterfúgios, daqueles que desde os primeiros minutos pegam no espectador ao colo para não mais o largarem até final. Assim é o Amor não tem outra pretensão que não a de celebrar o sentimento que faz de nós aquilo que somos, seres humanos com defeitos e virtudes, e afinal o único capaz de obliterar a perspectiva da nossa própria finitude e de conferir um sentido à nossa passagem por este mundo. Especialmente quando retrata um romance homossexual de um octogenário “saído do armário”. Assim é o Amor relembra-nos, oportunamente, as múltiplas formas e manifestações que o amor pode assumir, e o que podemos apreender das vivências daqueles que nos são mais próximos. O filme de Mills – semi-autobiográfico como o próprio admitiu – tem o grande mérito de captar com a alvura necessária os desafios psicológicos advindos do amor: a homossexualidade de Hal faz com que Oliver reflicta no percurso de vida da sua mãe e na relação que esta estabelecera consigo, à qual vai atribuindo novos significados.
Beginners – título original que alude às novas experiências em torno do amor que aguardam os personagens – destaca-se, acima de tudo, pela sua enorme honestidade. É um filme sem subterfúgios, daqueles que desde os primeiros minutos pegam no espectador ao colo para não mais o largarem até final. Assim é o Amor não tem outra pretensão que não a de celebrar o sentimento que faz de nós aquilo que somos, seres humanos com defeitos e virtudes, e afinal o único capaz de obliterar a perspectiva da nossa própria finitude e de conferir um sentido à nossa passagem por este mundo. Especialmente quando retrata um romance homossexual de um octogenário “saído do armário”. Assim é o Amor relembra-nos, oportunamente, as múltiplas formas e manifestações que o amor pode assumir, e o que podemos apreender das vivências daqueles que nos são mais próximos. O filme de Mills – semi-autobiográfico como o próprio admitiu – tem o grande mérito de captar com a alvura necessária os desafios psicológicos advindos do amor: a homossexualidade de Hal faz com que Oliver reflicta no percurso de vida da sua mãe e na relação que esta estabelecera consigo, à qual vai atribuindo novos significados.
Por fim, o filme não deixa de beneficiar das magníficas interpretações de Plummer, McGregor e Mélanie Laurent, esta última irradiando um brilho a que é impossível ficar indiferente, e que disputa a atenção e a reverência do espectador com as fabulosas aparições de Arthur, o Jack Russell de Oliver, um cão apegado ao dono que não fala mas cujos mordazes pensamentos perpassam para a tela, colocando a cereja no topo do bolo neste Assim é o Amor.
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