quinta-feira, 26 de novembro de 2009

On the Beach (1974).


On the Beach, quinto álbum a solo de Neil Young, é ponto de referência na carreira do canadiano. Apesar da influência em grupos de grunge dos anos 90, On the Beach está longe de ser um álbum de desespero. Muito pelo contrário. On the Beach é um álbum de emancipação e transbordante de uma rejuvenescida confiança. A par de Harvest e do esmagador After the Gold Rush, é a grande obra do mestre. Embora menos popular do que estes dois, On the Beach encerra em si uma terrível ambiguidade, sendo que é preciso escutá-lo algumas vezes para nos apercebermos da total genialidade de Young, e da maneira com agarra no folk-rock e faz dele um género que podia levar com o seu nome.
Destaque evidente para For the Turnstiles, porque o mais genuíno, talvez o expoente máximo do registo. Mas é impossível escrever sobre On the Beach sem referir a enigmática Vampire Blues, bem como a canção homónima On the Beach, deslumbrante pela profunda mas alternada melancolia, mais em jeito de libertação do que de comiseração. Por fim, cabe a Ambulance Blues resumir o verdadeiro sentimento por detrás da obra: um lamento esperançado na mudança de hábitos de uma sociedade hipnotizada pelo superficial, abandonada ao poder dos poderosos e aos desvarios colectivos.
On the Beach é uma obra-prima, tardiamente reconhecida mas nem por isso menos divinal, tanto na música como no que a inspira. Speechless.

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