sexta-feira, 10 de julho de 2009

Death of a President (2006).


Morte de um Presidente, mockumentary (logo não é Michael Moore) que chocou meia América em finais de 2006, mas que só estreou em Portugal em 2008, mostra o cenário hipotético do assassinato do à data Presidente dos EUA, George W. Bush.
Cenários hipotéticos não são novos em cinema nem nas artes em geral, mas quando a figura central é o presidente dos EUA, os ecos da ideia são redobradamente repercutidos. Morte de um Presidente parece não ter um objectivo concreto e, mesmo do alto do seu despretensiosismo, parece não levar o espectador a nada mais do que a hora e meia de interrogações, que variarão muito consoante a opinião de cada um tenho do hipoteticamente assassinado Presidente.
No seguimento do assassinato no Sheraton de Chicago, o vice Dick Cheney sucede a Bush perante uma América em choque e altamente envolvida na caça ao responsável pelo acto. O que inicialmente parecia estar ligado aos exaltados manifestantes que durante todo o dia e noite mostraram a sua raiva contra a figura de Bush, cedo resvala para Jamal Abu Zikri, um sírio que estivera no Paquistão e que alegadamente recebera treino nos campos da Al-Qaeda no Afeganistão. Após a sua condenação, fortemente influenciada por motivos políticos, dá-se a descoberta do verdadeiro responsável por alvejar mortalmente Bush, um afro-americano veterano da guerra do Golfo, que via a segunda guerra do Iraque como injusta e procurava vingar os danos que a sua família sofrera por causa dela.
Morte de Presidente é um filme parco em ideias, e tremendamente previsível. Aquilo que lhe está subjacente - o preconceito contra os muçulmanos depois do 11 de Setembro - poderia ter sido mostrado de muitas outras formas, qualquer delas provavelmente de uma maneira muito melhor do que através de um mero cenário hipotético, que não leva a muito mais do que a sorrisos maliciosos por parte dos (muitos) opositores e detractores de Bush.
O que seria porventura um exercício arrojado e ambicioso, acaba por redundar num vazio imenso e em algo frágil que não diz muito nem a quem não gosta(va) de Bush nem a quem o apoia(va), já que uns provavelmente não se reverão nas atitudes selváticas dos manifestantes, ao passo que os segundos sentir-se-ão tremendamente ofendidos, como aliás se verificou.

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