terça-feira, 11 de agosto de 2009

Simbolismo Zero.

A bandeira da República hasteada nos Paços do Concelho em Lisboa foi retirada e, "durante uma noite e uma manhã houve Monarquia em Portugal".
O acto não faz qualquer sentido. A República atravessa tempos difíceis, isso é incontestável. A crise económica já transbordou para o domínio social há tempo demasiado. As pessoas não estão contentes, mas culpabilizar o regime político do país por esta situação é no mínimo - e para usar um adjectivo suave - questionável.
Trata-se de um acto em que não se sabem quais as reais motivações que estão por detrás do mesmo. Aparece como algo de infundado, aparentemente vazio, vindo do nada. Até mais detalhes, e sem uma justificação plausível, apenas sobressai a deselegância e (precisamente) a "falta de respeito pelas instituições" referida , inclusivamente , pelo blogue.
É, portanto, exactamente isso: uma evidente falta de respeito pelos símbolos nacionais de uma instituição pública democraticamente eleita. Aplaudiria se o blogue 31 da Armada se constituísse em movimento político, expusesse as suas ideias, e se candidatasse às eleições autárquicas; em vez de, habilmente tapados por máscaras de um personagem que nada tem a ver com a C.M. Lisboa, pela calada da noite, arrancasse bandeiras de edifícios públicos.
É, em suma, um mau exemplo de cidadania e um desprezível desrespeito pelo civismo e pelo Estado de direito.

2 comentários:

Samuel Silva disse...

Tem graça por ser vazio, meu amigo. Se olhares para aquilo como algo inócuo e puramente provocador, aposto que lhe consegues perceber alguma piada.
Eu, pelo menos, gostei. E estou longe (muito muito longe) de ser monárquico.

João Gil disse...

Samuel, a mim pouco me importa se sejam monárquicos, republicanos, fascistas ou anarquistas. O acto em si é algo que nenhum cidadão respeitador faria. Não é assim que as pessoas devem protestar, há formas adequadas para o fazer e limites. Podem até estar cheias de razão (que não estão).
Portugal já é um país suficientemente apalhaçado e precisa de tudo menos destes espectáculos.