Esta é a insignificante história de um elefante. Insignificante não por menosprezo do seu autor nem da sua obra, longe de mim de tal blasfémia, mas porque lá bem no fundo insignificantes são todos os seres vivos à face desta bola simpaticamente chamada Terra. Talvez até ela própria, quem sabe, seja insignificante.
Virtuosismos à parte, o que é certo é que o pobre do paquiderme andou tanto sob tanta neve, tanto frio, tanta lama para chegar a um sítio que lhe era mais estranho do que Lisboa e acabar como acabou, o pobre do bicho. Não digo como para não atrapalhar as leituras de ninguém, mas bem não foi, apesar das mordomias que chegou a receber e dos olhares atónitos e espantados de que era alvo. Ele e também o seu cornaca, Subhro feito Fritz pela imperial sapiência - que isto de tomar conta de elefantes não é coisa que se veja muito na velha e civilizada Europa, agora imagine-se o século XVI, com muito mundo ainda por desbravar.
Não aconteceram muitas peripécias durante a viagem do elefante à corte austríaca, mas as que aconteceram provam muito daquilo que é a natureza humana, que alheia à sua insignificância, ora se faz de forte, ora se faz de parva, ora se faz de coisa nenhuma, tornando-se mais insignificante ainda. Ou grotesca, ou seja lá o que for.
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