quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mais Vitória.


Começa a ser altura de o Vitória assumir uma postura diferente. Tendo em conta a quantidade alarmante de detractores do clube seja na comunicação social, seja no universo futebolístico português em geral, é altura de o Vitória pôr de lado a postura de bom samaritano que as várias direcções têm demonstrado. Como sócio pagante, eu quero ver o meu clube a dar murros na mesa, quero ver o seu presidente a espernear, a berrar, a vir à televisão mal sinta que o clube está - por qualquer motivo - a ser ignorado, a ser de alguma forma diminuído.
O Vitória tem de perder o medo. O mal deste clube é estar há já alguns anos numa crise de identidade da qual ainda não sabe como sair. Ainda não sabemos se somos grandes, ainda não sabemos se somos pequenos, às vezes parecemos acordados, para logo a seguir voltarmos a cair no mesmo limbo de sempre. Afinal, o que é o Vitória? Quer ter dimensão regional, não quer ter? Quer afirmar-se como um clube modelo nalgum aspecto em particular? E a nossa formação, para quando uma aposta assertiva e regular? Qual é o medo? Eu quero ver jogadores que saiam a pingar do campo, quero gente que sinta o emblema. Se um jogador tiver de falhar, que seja alguém a quem a quem o Vitória lhe diz algo. Eu quero ver o bom trabalho da formação no plantel principal. Gaste-se dinheiro no que é preciso.
Não basta acharmos que somos diferentes. Temos de nos fazer notar. O clube não pode andar a brincar às alianças como este e com aquele. O Vitória não pode ter medo de assumir a sua grandeza. Nenhuma direcção pode obstaculizar passos importantes para a afirmação definitiva da grandeza do clube. O Vitória tem de deixar de assinar "protocóis" com clubes que disputem o mesmo campeonato. Mas "protocóis" a título de quê? Tem de ser independente, tem de fazer sentir que é grande o suficiente e que não precisa de ninguém. E, acima de tudo, tem de se fazer ouvir. Tem de dizer bem alto o que deve ser dito, no momento em que deve ser dito. Tem de ser firme. Chega de masoquismo, chega de passividade diplomática saloia. Acabemos com a pequenez na mentalidade, porque de pequenos só temos isso mesmo, a mentalidade.
P.S.: A mentalidade e a sala de troféus. Mas não derivará uma coisa da outra?

2 comentários:

Anónimo disse...

"..fazer sentir que é grande o suficiente e que não precisa de ninguém"
Grandes onde amigo, o que que ganhamos?? onde vamos buscar o dinheiro? essa é a realidade !! agora concordo quando diz alianças .. com os mouros para que??
temos é que pensar a crescer devagar e na nossa dimenssão
A.Antunes

João Gil disse...

O que ganhamos? Independência e identidade...e quem sabe taças. Dinheiro? Mas porque diz isso? O Porto ou SLB dão dinheiro ao Vitória?