domingo, 3 de maio de 2009

The Privilege of Making the Wrong Choice (1998).


Fui convidado pelo autor deste blogue a escrever umas palavras sobre esta “defunta” banda e sobre este álbum em concreto. Mas vamos por partes.
Os ZEN foram um colectivo que surgiu na cidade do Porto em 1996, após a extinção dos No Creative Solution e dos Cosmic City Blues. Da primeira sairiam para integrar os ZEN o vocalista Rui Silva e o baixista Miguel Barros, enquanto que o guitarrista Jorge Coelho (que actualmente toca com os Mesa) e o baterista André Hollanda haviam sido membros dos Cosmic City Blues.
Em 1998 surge o álbum The Privilege of Making the Wrong Choice, que considero ser um tesouro perdido do rock nacional em particular e da música portuguesa no geral, isto a par de outros projectos nacionais que apesar de terem um culto à sua volta (o dos ZEN tinha bastantes “fiéis” até) acabaram por cair no esquecimento ou cessaram actividades. Como exemplo, posso apontar bandas como os Feed – que tocavam um funk/rock muito interessante e cujo vocalista milita hoje nos menos interessantes EZ Special; e os Zorg, um powertrio que não desiludiria nenhum fã de Placebo ou até mesmo de QOTSA.
Mas voltemos aos ZEN. Apenas conheci a banda nos meados de 1999, quando dois colegas de turma, repetentes e um pouco mais velhos, me questionaram sobre se gostava ou não da banda: “Curtes ZEN?”, perguntaram-me eles. A minha resposta, apesar de negativa, mudou para melhor os meus gostos musicais, tornando-me um fã incondicional até aos dias de hoje.
“Ouve aí, já que não conheces…” disse um dos rapazes enquanto me passava um leitor de cassetes (sim, sou desse tempo) com o já referido álbum. Após a primeira audição completa já sabia que tinha que o ter o quanto antes. Tinha ficado impressionado com faixas tão poderosas como Redog, U.N.L.O, a contagiante versão de Trouble Man, um tema de Marvin Gaye; e a música que para mim é um exemplo do que melhor se fez em Portugal no que diz respeito ao rock, 11.00 AM – uma verdadeira lição que muitas bandas actuais que só se preocupam com a imagem deveriam aprender.
É efectivamente uma pena que este álbum seja já um pequeno tesouro perdido, porque merecia um lugar nos quadros de honra da música nacional, visto ser um dos melhores ou até mesmo o melhor álbum dos últimos 20 anos em Portugal. Desculpem-me os fãs de Ornatos Violeta por esta afirmação, mas até vocês, bem lá no fundo, sabem que é verdade.
Despeço-me com uma pergunta: “E tu? Curtes ZEN?”

António Freitas

5 comentários:

Unknown disse...

concordo! do melhor que se fez até hoje

rui eduardo disse...

Caros primos,
se gostaram tanto dos extintos Zen, posso desde ja dizer que o vocalista dessa banda o rui(por acaso tem o mesmo nome que eu) esta agora num projecto que se chama "the bombazines"...
vao ver o mypace deles... e depois digam me qq coisa..
abracos

João Gil disse...

Viva Rui!
Zen é muito bom! Bombazines também são jeitosos...mas eu tenho saudades é mesmo dos Zen! Saudosos...Um grand abraço

RMutt disse...

E pelo meio houve Hiena e um EP promissor.

Tive a oportunidade de ver a formação inicial de ZEN ao vivo umas quantas vezes e era sempre uma loucura. Lembro-me qd foram a banda convidada de Wraygunn no Le Son, em Coimbra: casa morna mas os ZEN com uma pujança!
Eram grandes!

Pedro Calisto disse...

Muito bom, ZEN.... Gostei desse album, pena que não tenham continuado....