sábado, 6 de junho de 2009

UE: Um Projecto de Paz.


No intervalo temporal entre 4 e 7 deste mês, em que os cidadãos dos 27 Estados-membros são chamados a pronunciarem-se sobre a composição do novo Parlamento Europeu, dois dados importantes são já conhecidos e plenamente previsíveis: a abstenção rondará os 60% e a subida de alguns partidos radicais promete alargar a discussão sobre o caminho até aqui calcorreado pela UE.
Muitos anunciarão o princípio da derrocada do projecto europeu, outros a necessidade de alteração do método comunitário, outros ainda a necessidade de maior aprofundamento institucional - para o qual a aprovação do Tratado de Lisboa seria um passo fundamental. Todas estas leituras terão o seu fundamento, todas elas por certo poderiam ser eficazmente argumentadas.
Mas há algo que nenhum europeu poderia ou deveria esquecer: a União Europeia é hoje um modelo ímpar de integração à escala mundial, é um projecto que garantiu a paz entre os seus membros desde a II Guerra Mundial. Fez da coesão económica e social do continente uma prioridade. Garantiu uma moeda única. Concebeu um mercado interno que permite uma estabilidade das trocas comerciais nunca dantes conseguida. A UE é o maior dador de ajuda externa do mundo. É hoje um desígnio para muitos estados europeus ainda não-membros, e a garantia última da consolidação das suas democracias. A UE tem estacionadas em países externos missões civis e militares destinadas ao statebuiding e à sua estabilização. A UE está na linha da frente do combate global às alterações climáticas. É um modelo copiado por várias outras organizações regionais, como a ASEAN, o Mercosul e a União Africana. Mais poderia ser dito.
Por estas e por outras razões, é preciso não esquecer os méritos daquela que foi a maior conquista dos europeus no último século: a união segundo valores comuns e a paz. Num mundo cada vez mais perigoso, isto é fundamental. A UE é imperfeita, paradoxal até. Mas porque nem tudo pode ser exigível à UE, amanhã, dia 7, não ignore este projecto e vote.

Sem comentários: