E pronto. Cajuda já não é treinador do Vitória. Depois de duas épocas e meia com mais altos do que baixos, Cajuda vai rumar a outras paragens. Vistas as coisas de fora, não é fácil saber de quem é culpa deste desenlace. Será de Cajuda? Ele que retirou o VSC do fosso tenebroso onde se encontrava? Ou será da direcção? Sim, essa que tem dado mostras de alguma (ou bastante) incompetência em vários actos de gestão?O que é inegável, no meio de tudo isto, é que o maior perdedor não é Manuel Cajuda nem nenhum dos elementos da Direcção, mas o Clube e os seus adeptos.
O azedume ensurdedecedor dos últimos tempos é a prova de que este Clube continua sem gente à altura dos seus pergaminhos: a mínima discordância, o mínimo sinal de discórdia, tudo vem a público, tudo se sabe e é dissecado por tudo e todos. Todos podem dizer alarvidades quando batem com a porta; contratam-se assessores de comunicação que passado pouco tempo vão embora; vendem-se jogadores por tuta e meia, substituídos por outros que não valem metade. Enfim, a lista é assustadoramente grande.
Não sei se Cajauda tem razão. Se a tiver, é certo não é nos jornais que a pode manifestar. Mas e esta direcção, que não tem mão nos seus próprios elementos (leia-se Almeida/Xavier)? Estará o Clube a ser anarquicamente gerido? Tantos erros são ou não são incompetência?
Cajuda fez um bom trabalho no Vitória? Facto. Cajuda errou? Facto. Cajuda foi bem mandado embora? Duvido. Duvido muito mesmo. O que me parece é que com boa vontade de ambos os lados as coisas se podiam resolver. Pessoalmente, gostava de ver Cajuda terminar o contrato. Só se pode pedir responsabilidade a alguém se a esse alguém forem dadas condições para trabalhar.
Creio que o Presidente anda a disfarçar a sua situação de fragilidade ao tomar esta abrupta posição de força contra Cajuda. Posição de força essa dirigida na direcção errada, e que deveria sim ter sido dirigida, isso sim, para a formação de uma Direcção capaz, coesa, unida, e que remasse toda para o mesmo lado. Precisamente aquilo que o Vitória, neste momento, não tem.
O tempo dirá quais os custos reais deste desnorte. Começa mal a época.
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