sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O Lado Bom de Bush.


A propósito de W, que retrata o lado menos alienado do ainda Presidente norte-americano, surgiu um também muito oportuno artigo no último número edição portuguesa da Foreign Policy, que faz uma espécie de apanhado do que foram as principais conquistas e feitos da Administração Bush em matéria de política externa.
E não foi tudo mau. Pelo contrário, Bush incrementou as relações com a China e desenvolveu-as como nunca. Fez o mesmo com outras potências asiáticas como a Índia e o Japão, prosseguindo uma política de selective engagement própria da direita americana, que opta por ser menos abrangente nas alianças e afigura-se mais voltada para zonas estratégicas consideradas vitais para os interesses da América. Mesmo na relação com os aliados da NATO, é errado pensar-se que foi Bush quem contribuiu decisivamente para a deterioração das relações no seio dos membros da Aliança. Estas cisões advêm já da altura em que a NATO se viu envolvida em operações nos Balcãs, durante os anos 90.
Em termos de segurança interna, não é fora do contexto afirmar que os EUA estão mais seguros agora do que durante outras Administrações. E, não sendo seguro que o ódio aos Estados Unidos tenha aumentado em países potencialmente patrocinadores do terrorismo ou mesmo em países considerados aliados quando comparado com níveis anteriores, é crível dizer que a probabilidade de o seu território continental sofrer um atentado não é maior do que durante, por exemplo, a era Clinton. Até porque não foi durante os anos de Bush que foram planeados os ataques às Torres Gémeas e ao Pentágono a 11 de Setembro de 2001. Esta probabilidade exclui, obviamente, as forças militares estacionadas no estrangeiro.
Isto não faz varrer para debaixo do tapete os erros crassos de Bush, nem faz olvidar a penúria que foi o último mandato, quando esses mesmos erros eram já impossíveis de encobrir ou de justificar perante a comunidade de países livres. A intervenção no Iraque foi o caso mais flagrante de uma política fracassada no global, mas com pontos positivos pelo meio – basta pesquisar sem preconceitos e com olhos de ver.

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