Após tantos anos, alguém se lembrou de publicar a Playboy em Portugal. Não contesto a ambição do projecto, muito menos o facto de a sua publicação constituir mais uma prova da abertura das mentalidades em Portugal durante as duas últimas décadas. Tudo isto é verdade, e nada tem de negativo.
Não consigo, no entanto, tirando o expectável interesse e curiosidade iniciais, vislumbrar um futuro airoso para a revista em Portugal. A revista tem um par de artigos com alguma profundidade, mas não vai além do que as outras revistas direccionadas preferencialmente ao público masculino já fazem. Não há uma única secção da revista que seja realmente diferente das outras publicações do género, designadamente da GQ. Pelo contrário, e tendo em conta este primeiro número, parece-me até estar bem em desvantagem: exceptuando o consensual Nuno Markl, não há colunas especialmente interessantes; Costinha e Pacman são são exactamente figuras nacionais de primeira linha; e até a menina da capa poderia ter sido muito melhor escolhida. Para não falar do preço, mais elevado.
Assim, e para além da nudez (pouco explícita) das partes baixas das meninas, a Playboy é mais do mesmo. Não acredito pois que apenas a falta de cuecas leve o público masculino de todas as idades a correr a comprar a Playboy todos os meses. Como é sabido, para isso há outras opções.
Veja lá, Sr. Hefner, não entre em mais despesas que os tempos são de crise e as coisas pelos seus lados não lhe têm corrido nada bem. Oxalá esteja enganado.
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