Fiquei positivamente surpreendido com a imprensa generalista nacional, ao ver que nesta semana o Expresso entrevistara o conceituadíssimo Niall Ferguson, uma das mais bem-pensantes cabeças da actualidade. Geralmente, não ligo em demasia aos arautos da desgraça, muito menos quando esses mesmos escrevem nos jornais sobre tudo e mais alguma coisa, como se tudo e mais alguma coisa fosse realmente a sua especialidade. No entanto, venho com alguma apreensão a verificar que cada vez mais gente com créditos firmados, pensadores, politólogos e personalidades mundiais de elevada temperança vêm a traçar um futuro negro para a estabilidade política e social no quadro global.
Diz Ferguson, nas entrelinhas, que a crise económica não poderá servir de escudo à acção que o mundo livre deverá desempenhar nos tempos que se avizinham. Da acção (ou inacção) da Europa ocidental e dos EUA dependerá a paz mundial, provavelmente a breve trecho. Junte-se às renovadas ambições regionais da China e da Rússia, as ambição nucleares do Irão, compreensíveis mas inexequíveis. Reside aqui a grande questão dos tempos vindouros: Israel jamais o permitirá. Já tive oportunidade de discernir sobre este tema noutro âmbito, e parece que não me enganei. Está provado por A + B que Israel usará todos os meios à sua disposição para impedir o Irão de obter a arma. Quando Obama faz a apologia de um mundo sem armas nucleares, é bom que fale a sério, pois os custos do bluff serão incomportáveis.
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