segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nuclearmente Falando.

O debate acerca da introdução da energia nuclear em Portugal já não é recente, mas reacendeu-se por estes dias com o anúncio da formação da Associação para a Divulgação da Energia Nuclear (ADN). Entre os fundadores da ADN encontram-se personalidades nacionais de renome do mundo da ciência, que pretendem dar um contributo construtivo para uma questão cada vez mais premente hoje em dia no nosso país.
Não é mais possível ignorar, num país como este, que importamos cerca de 20% da electricidade que consumimos de países como Espanha e França, a qual provém precisamente de fonte...nuclear. Não faz sentido algum prolongar um tabu que tem durado décadas, como se este tipo de energia representasse o advento incontornável de acidentes nucleares e de criancinhas moribundas para o resto da vida. A energia nuclear não coloca em causa a aposta do país em energias renováveis, e muito menos acarreta os riscos e as interrogações que levantava há décadas atrás. Está hoje provado que a opção nuclear é tecnicamente segura, e tem um baixíssimo nível de emissão de CO2 para a atmosfera, o que significa que é uma energia globalmente limpa e que vem por isso, desde logo, de encontro às preocupações do momento em matéria ambiental.
Como tal, creio que a necessidade urgente de evitar a dependência do petróleo e do carvão, aliada ao inevitável aumento do consumo de energia eléctrica são bons motivos para que Portugal acmpanhe a tendência internacional de retoma da produção deste tipo de energia. Países como a Suécia, o Reino Unido e outros estão a ponderar a construção de novas centrais e Portugal devia considerar seriamente a hipótese de construir uma sua. Devemos ter a nossa central e continuar a aposta nas renováveis. Seria mais uma fonte investimento (provavelmente privado), e um factor de criação de novos postos de trabalho.
Sei que em ano de eleições é impossível, mas espero que o próximo Governo (socialista) o coloque este na sua agenda legislativa. Mais não seja, acredito que o debate merece ter lugar. Sem preconceitos nem juízos pré-concebidos - muito menos daqueles que emanam de argumentos estupida e ignorantemente politizados e nada sérios, que não poucas vezes dão à tona em praça pública.

2 comentários:

Alberto Chaves disse...

João, tens todo o meu apoio!

João Gil disse...

Em Portugal por mim tudo bem! Em Moçambique é que é melhor não..!;))