Talvez por estarmos em Abril, mês onde até o ar cheira a liberdade, os Xutos e Pontapés fizeram questão de usar a política para dizerem ao país musical (e ao país político também mas que foi usado para tal) um grande: "sim ainda existimos, sim ainda estamos vivos, por isso olhem um pouco para nós se faz favor".
É muito mau. Estamos a voltar ao tempo em que era preciso socorrer-se de uma música para protestar contra o Governo. Este tipo de intervencionismo soa mal hoje em dia. É uma forma cinzenta de protesto, amorfa, gasta, sensaborona. Não faz mover. Soa a aproveitamento piroso das circunstâncias. É roto. É super-mega-hiper-pretensioso, falso. Vem de um grupejo ultrapassado com bastante dinheiro nos bolsos, não de alguém letrado e realmente compelido e talhado para o intervencionismo artístico na política.
Pobre Zeca, deve estar a dar voltas na tumba. No seu tempo a sua música adaptava-se às circunstâncias e, ao mesmo tempo, era bela e maravilhosa por si só. Era pensada, subtil. O que esta banda fez é de uma rasquidão de todo o tamanho. Não diz a cara com a careta, e assenta-lhes muito mal. Só pode ser visto como um pedido de socorro que atesta a já difícil de esconder decadência da banda. Grotesco.
Ai Zeca, Zeca...nem queiras ver. Muito menos ouvir.
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