segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Uma Banda à Moda Antiga ou Como o Rock Devia Ser.

Uma das bandas de rock alternativo mais interessantes dos últimos anos dá-se pelo nome de The Raconteurs. O projecto musical iniciado por Jack White e por Brendan Benson em 2005, dois músicos de créditos sobejamente firmados, rapidamente granjeou a devoção de uma legião de fãs, um pouco por todo o mundo. Tal não se deve unicamente à identidade dos membros mais proeminentes da banda, uma vez que as canções rock polvilhadas de folk e blues dos The Raconteurs vieram de encontro às grandes expectativas neles depositadas, aquando do surgimento dos primeiros rumores de uma colaboração White/Benson. Broken Boy Soldiers, o primeiro registo de originais, é um álbum que recorda sonoridades passadas, numa articulação bem conseguida entre as instrumentalizações típicas de vários géneros. Todo o álbum parece soar realmente às circunstâncias em que foi produzido: umas "férias" tiradas por White e por Benson, nas quais intencionam deliberadamente escapar às limitações impostas pelos seus projectos principais.
O segundo álbum, Consolers of the Lonely, já do presente ano, caiu muitíssimo bem entre a crítica e os fãs. Além de não ser esperado tão cedo, o álbum não teve direito a promoção, uma situação que veio a aumentar o frenesim em torno da sua saída, anunciada apenas uma semana antes. Consolers of the Lonely veio desfazer todas as dúvidas acerca das reais capacidades da banda em dar continuidade à qualidade do primeiro álbum. Prova superada com distinção, pois o rock caótico e atabalhoado de Consolers foi recebido como sendo um genial golpe criativo de Jack e seus pares. O seu som quase indescritível, a juntar aos inesperados riffs pelo meio de labirínticos resquícios de piano e sopros foi alvo de uma recepção apoteótica. 2008, portanto, consolidou os The Raconteurs como uma banda apaixonante e ímpar na cena musical contemporânea; e como uma das poucas que sabe como acenar qualitativamente às genuínas raízes do rock.
Para ouvir aqui fica Together, do primeiro álbum, a faceta mais calma do quarteto de Nashville.


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